INEVITÁVEL

Há alguns anos li um livro que se chama "TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR"(Marshall Berman). Um professor sugeriu que ampliássemos este conceito para "ATÉ o que é sólido desmancha no ar". Concordei imediatamente, afinal as mudanças são essenciais e, principalmente, inevitáveis em absolutamente TUDO! Pois bem, hoje um "sim" (que saiu com uma convicção e uma frieza, digo, firmeza que eu não esperava ou desejava) me fez dizer "NÃO" para mim mesmo, para meus desejos e para o que me move... meus sentimentos. Foi uma grande mudança!

Muitos considerariam essa mudança como "normal" ou "natural", para mim foi brusca e extrema!

A causa, motivo, razão ou circunstância geradora desta mudança...

O encontro de duas forças contrárias e imensuráveis, no caso o "QUERER" e o "NÃO QUERER" entre duas almas, gera um efeito devastador, não, CAÓTICO!!! No caos, não cabe o bem ou o mal, o nunca ou o sempre, o hoje ou o amanhã, nem tempo, nem espaço...sequer o sim ou o não. No caos, só os fragmentos de possibilidades podem ser encontrados e se encontrar. O encontro destes fragmentos mobiliza novos rumos... mudança!

De fato, não mudei minha essência. Mas, sim, o reflexo dela em meu comportamento.
Não deixarei de me apaixonar, apenas retribuirei a paixão.

Continuarei me entregando, de acordo com o que me for entregue e, fundamentalmente, sem desprender as amarras que me mantém no chão.

Criarei minha "bolha", meu mundo... me entenda, me aceite e me complete... seja bem vinda!

Meu destino é seu... desde que, abrace minha alma e afague meu coração.

Não me recolho sem compartilhar os poemas abaixo (retirados do blog http://sobresentimento.blogspot.com, o qual recomendo e acabo de virar seguidor!):


Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
(Poemas Completos de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa)


Certezas

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim. Nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante pra mim é saber que eu em algum momento fui insubstituível. E que esse momento será inesquecível.

(Mario Quintana)



BYE