15 de dez. de 2021

E eu acreditei no que escreveu...

 “Desde que você chegou

O meu coração se abriu

Hoje sinto mais calor

E não sinto nem mais frio

 

E o que os olhos não vêm

O coração pressente

Mesmo na saudade

Você não está ausente

 

E em cada beijo seu

E em cada estrela do céu

E em cada flor no campo

E em cada letra no papel...”

9 de dez. de 2021

A confiança (de Afonso Celso)




Sem ti, a mente se afunda,

Minada em seus alicerces:

Feliz daquela em que exerces

Tua ascendência fecunda.


De quem te adota por guia

Quão segura a diretriz!

Sim! Feliz o que confia,

Feliz, três vezes feliz!


Mas, como o vidro, és frangível.

Não raro, a um gesto, a uma frase,

De chofre vai-se-te a base;

Cais, e, depois, é terrível.


O vidro quebrado corta

A mão que incauta o apertou...

Oh! como a confiança morta,

Coração, te retalhou!


Tudo falácia e quimera...

- Tem talvez sorte bendita

Esse que em nada acredita,

Nada esperou, nada espera. 


15 de out. de 2021

Nossa vida em frases

 




Texto empoeirado


Chovia...ventava...silêncio. Sinais perenes d'um período de dor constante. Dor que se tornou rotina. Dor que ganhou data comemorativaprojetos e até mesmo um memorial muito particular. Demasiados argumentos foram despendidos na justificativa e no questionamento sobre a teoria do "Estar presente à distância" e do "Não sentir necessidade de estar perto". Tentei assimilar cada um desses conceitos, avaliei cada possibilidade, busquei justificativas que me convencessem... fracassei! Absurdo! Me enganei por tempo demais!!! Vou contrariar o que venho me dizendo por meses: "Igualmente não preciso estar perto!". Basta! Eu, sim, preciso de contato, preciso de atenção, mais que isso... preciso que minha afeição seja refletida na intensidade em que é projetada. À medida em que o vice-versa se dissolve, bem... temos o afastamento, não forçado ou premeditado, puro e simples afastamento. Tenho comigo, e para mim, que nada é definitivo... Esta é uma de minhas certezas. Aliás, isso me faz lembrar do título de um livro que li em "outra vida"... "Tudo que é sólido desmancha no ar". Uma outra certeza é que me importar ou sentir falta, faz parte do que me define... do que me torna quem sou. Não é bom ou ruim, é só um dos meus ingredientes.

*Este texto ficou em rascunho por alguns anos... foi em um contexto que nem me lembro mais... porém, representa bem o momento, então decidi publicar. 

7 de out. de 2021

Mãos


Ao entardecer, quando o sol já beijava o horizonte

Foi que vi a tempestade se formando

As nuvens escureceram e os trovões retumbaram

Minha preocupação era, disso te manter distante

Não suportaria ver um raio te atingindo

Meu medo foi que as ondas te levassem

Em meio a tempestade que chegou, me vi imóvel

Paralisado pelo temor, não percebi que de sua mão estava soltando

Não ouvi, de ti, nenhum pedido de socorro

Mas, cego pelo medo não ouvi o seu silêncio tangível

Distante de seu perfume, não senti você se afastando

Quando a tempestade passou e vi que você já não estava ali

Busquei, desesperadamente, uma referência

Tentei te encontrar, tentei te ver... um contato virtual e cheguei até ti

Magoada pela tempestade e ferida por eu não ter mantido minha mão na sua

Seu olhar era distante e sua voz uma lembrança

Agora seu sorriso, só em minha memória, a tristeza estrua

22 de set. de 2021

Te encontrei, no caminho, com esse seu sorriso..


 Em plena pandemia, cercados de medos e incertezas, sua presença era constante...

Uma presença forte, intensa e quente. Como o sol, não podia ser tocada...

Mas podia ser sentida, vivida e consumida... Você estava aqui, mesmo que distante.

Seu carinho e seu olhar atravessavam as horas, o vazio, a lonjura sólida

E, como uma brisa de primavera, acariciavam meu rosto moldando um sorriso bobo.

Seu “Bom dia” me despertava para a vida, para o que viria

O “boa tarde” empurrava os ponteiros do relógio até o “boa noite”... era assim o tempo todo

Eram momentos, eram vidas eram eras... era o que a gente queria

Quando, de fato, nos encontrávamos... não havia chão, não havia céu

Havia sincronismo cardíaco, ritmado a 200bpm. Havia fogo. Havia o toque.

O toque, a pele, o cheiro, a amizade, o amor palpável

Aqueles sempre foram momentos mágicos... momentos em que o calor fundia nossas almas

Almas que esqueciam os riscos e superavam os desafios mais insanos

Era torcida, era carnaval, era espetáculo,  eram palmas... eram planos.