15 de out. de 2021
Texto empoeirado
Chovia...ventava...silêncio. Sinais perenes d'um período de dor constante. Dor que se tornou rotina. Dor que ganhou data comemorativa, projetos e até mesmo um memorial muito particular. Demasiados argumentos foram despendidos na justificativa e no questionamento sobre a teoria do "Estar presente à distância" e do "Não sentir necessidade de estar perto". Tentei assimilar cada um desses conceitos, avaliei cada possibilidade, busquei justificativas que me convencessem... fracassei! Absurdo! Me enganei por tempo demais!!! Vou contrariar o que venho me dizendo por meses: "Igualmente não preciso estar perto!". Basta! Eu, sim, preciso de contato, preciso de atenção, mais que isso... preciso que minha afeição seja refletida na intensidade em que é projetada. À medida em que o vice-versa se dissolve, bem... temos o afastamento, não forçado ou premeditado, puro e simples afastamento. Tenho comigo, e para mim, que nada é definitivo... Esta é uma de minhas certezas. Aliás, isso me faz lembrar do título de um livro que li em "outra vida"... "Tudo que é sólido desmancha no ar". Uma outra certeza é que me importar ou sentir falta, faz parte do que me define... do que me torna quem sou. Não é bom ou ruim, é só um dos meus ingredientes.
*Este texto ficou em rascunho por alguns anos... foi em um contexto que nem me lembro mais... porém, representa bem o momento, então decidi publicar.
7 de out. de 2021
Mãos
Foi que vi a tempestade se formando
As nuvens escureceram e os trovões retumbaram
Minha preocupação era, disso te manter distante
Não suportaria ver um raio te atingindo
Meu medo foi que as ondas te levassem
Em meio a tempestade que chegou, me vi imóvel
Paralisado pelo temor, não percebi que de sua mão estava soltando
Não ouvi, de ti, nenhum pedido de socorro
Mas, cego pelo medo não ouvi o seu silêncio tangível
Distante de seu perfume, não senti você se afastando
Quando a tempestade passou e vi que você já não estava ali
Busquei, desesperadamente, uma referência
Tentei te encontrar, tentei te ver... um contato virtual e cheguei até ti
Magoada pela tempestade e ferida por eu não ter mantido minha mão na sua
Seu olhar era distante e sua voz uma lembrança
Agora seu sorriso, só em minha memória, a tristeza estrua